quarta-feira, novembro 26, 2003

VIOL NCIA DOM…STICA, PARA QUE SERVE?
Descobri que o calend·rio com que ando a bater punhetas È de uma campanha contra a violÍncia domÈstica. Tem uma data de modelos em ìnu artÌsticoî. Chama-se ìnu artÌsticoî porque, depois de as ver, fico com ‚nsia criadora. Mormente, ao nÌvel das colagens com papel higiÈnico.
Quer-me parecer que È algo contraproducente, pÙr-se mulheres daquelas a fazer campanha contra a violÍncia domÈstica, quando s„o, precisamente, mulheres daquelas que est„o na gÈnese da violÍncia domÈstica. Um gebo chega a casa, olha para o trambolho que l· tem, compara com o calend·rio de gajas boas e sÛ lhe apetece dar uma carga de porrada na mulher. AÌ, ocorre a democratizaÁ„o da violÍncia: primeiro espanca a esposa, depois espanca o macaco.
Se querem a minha opini„o ñ e eu sei que sim ñ o facto de um homem e uma mulher partilharem uma casa configura imediatamente um caso de violÍncia domÈstica. PorquÍ? Porque haver· alturas em que, embora estejam debaixo do mesmo tecto, n„o estar„o embrenhados no chavascal ñ nem em actividades relacionadas, como lavagens ou alongamentos. Isto significa que, muitas vezes, o gajo fica com o madeiro rÌgido e ela com o bordedo ping„o, para nada. Isso, para mim, È violento.

segunda-feira, novembro 17, 2003

SOBRE O ORGASMO
Realmente, a punheta, mais do que um passatempo, È uma espÈcie de ioga dos fodilhıes: distrai, pode-se fazer sozinho ou em conjunto e, quando dizemos a outras pessoas que a praticamos, elas olham para nÛs como se fossemos anormais. No caso do ioga, atÈ percebo. Agora, da punheta?
Tanta coisa que eu podia dizer da punheta! Quantas vezes, nos meus 15 anos (nos 25 tambÈm, confesso), rezei para serem verdade os mitos que profetizavam o nascimento de pÍlos na palma da m„o do punheteiro competente! Se tal fosse verdade, teria a direita sempre escanhoada, simulando crica rapadinha e profissional, e a esquerda gadelhuda, imitando pachacha sopeira e descuidada. Depois, era sÛ escolher... Mas sonho. Vamos antes ao que interessa.
Ontem, enquanto esbofeteava o malandro a ver ìAm·lgama de Nalgas Esbodegadas 3 ñ O Rectornoî, veio-me uma coisa ‡ cabeÁa. Limpei-a com a almofada onde a minha avÛ costuma acomodar o pescoÁo e pus-me a pensar num assunto que me tem apoquentado. ìEm quÍ?î, pergunta o apanascado leitor, enquanto rapa os pÍlos da sobrancelha. O que eu pretendo discutir È algo controverso. Como tal, antevejo o nascimento de mais uma quest„o fracturante na sociedade fodilhona portuguesa. Ora, ao contr·rio de muitos, gosto de questıes fracturantes. Uma fractura È uma racha, onde se pode enfiar o nabo. Quanto maior for a fractura, melhor. Bem, mas tergiverso. Vou ser directo. O que pretendo saber È o seguinte: ser· o orgasmo roto? Ser· que durante os poucos segundos em que um gajo se vem, n„o est· a ser larilas?
Quando nos estamos a vir, quando o jacto de meita morna (ou a gota de espermatozÛides retardat·rios, se for a quinta punheta da tarde) percorre o caralho, estamos desprotegidos. AlÈm dos esgares ñ nem vamos falar nos esgares ñ passam-se coisas estranhas no nosso corpo. Por momentos, n„o temos controlo total sobre os nossos m˙sculos. Se naqueles instantes viesse um tipo com um barrote de madeira para nos dar nos cornos, est·vamos totalmente desprotegidos. Durante aqueles segundos, n„o somos homens completos, alertas e prontos para a porrada. Este aspecto n„o È despiciendo. … isto que quero que se discuta.
Outras pistas sobre as quais importa reflectir (mas n„o muito, porque reflectir, ‡ sua maneira, tambÈm È roto):
Durante o orgasmo, chegamos quase a ter (n„o vale a pena negar) sentimentos. Pela gaja ou pela m„o, n„o interessa. Durante aquele momento estamos, de facto, preocupados com o que possa acontecer a quem nos proporcionou prazer. Ok, estamos preocupados se ela nos vai proporcionar outro momento igual nos prÛximos 5 minutos. Mesmo assim, È preocupaÁ„o. E isso È roto.
A prÛpria essÍncia crom·tica da nhanha: o pÈrola È um ìtomî que ìd· com todas as coresî (facto) e ìnunca sai de modaî (discutÌvel). Haver· algo mais roto do que isso?
Inclusive, parece que a meita d· origem a bebÈs. BebÈs s„o queridos, logo s„o rotos.
Espero ter lanÁado as bases para um debate que auguro inteligente e esclarecedor, um debate que interessa a todos os que fodem. Espero tambÈm ter lanÁado a d˙vida sobre a vossa sexualidade.

sexta-feira, novembro 07, 2003

O QUE ANDO A LER
Rotos avulsos perguntam-me: ì” Pipi, qual È, para ti, a leitura que permite a um gajo aceder a mais cricas?î Esperam que eu, qual Marcelo Rebelo de Sousa da pinocada, desate para ali a recomendar livros que, uma vez conhecidos, sirvam para impressionar, tanto pachacha literata, como cona analfabeta. Ora, eu, do Marcelo, sÛ gostava de ter o defeito da lÌngua, que atribui ao aleijado enormes potencialidades mineteiras. Quanto ao resto, dispenso.
Assim sendo, n„o recomendo que leiam a poesia tÌsica do Ces·rio Verde, nem as lamechices do Nicholas Sparks. Tampouco as ordinarices dum Henry Miller ou as repetiÁıes senis dum Lobo Antunes. Nada disso me serve e uma senaita que fica h˙mida ‡ alus„o destes autores n„o presta grande coisa. Fode-se, mas n„o presta grande coisa.
O que eu posso indicar como saca-mulas eficaz È a leitura da necrologia dos jornais. Eu faÁo-o. Gosto de saber quem morreu, para ir visitar a famÌlia. Gente enlutada È gente carente de consolo. H· sempre a hipÛtese de sacar uma vi˙va ou uma Ûrf„. Tenho arrefinfado boas berlaitadas de pÍsames em pito vi˙vo que, pese embora a sua viuvez, sabe proporcionar festa rija, mesmo que se apresente no leito com um fumo preto numa das bordas. AlÈm disso, l·grimas de pesar d„o sempre bom lubrificante.